24 agosto 2011

então é poesia

não entendo por que as palavras ferem se não há linha para organizar o engano 
não entendo por que (des)engano 
não entendo por que a criança ri a vida e por que cresce pra esquecer 
não entendo por que o telefone toca e do outro lado ninguém diz 
não entendo por que dizer se o esquecimento apagou o tom 
não entendo o olhar sincero se não há toque firme 
não entendo aonde o mundo desvia do eixo e deixa o céu virar chão 
não entendo o que acontece com a dor quando ela deixa de ser amor 
não entendo aonde existe uma conexão entre o encontro e o desencontro 
nao entendo como um palhaço triste entristecido pode se alegrar com essa crueza toda 
nao entendo por que eu tento entender 
nao entendo por que ainda tento nao tentar entender e desisto tentando tentar 
nao entendo por que tudo fica do avesso e o desavesso é tão dificil de desvirar 
nao entendo por que a lágrima molha ao mesmo tempo que o coração seca 
nao entendo por que o coração se esconde da razão 
nao entendo por que a razao nao domina o mundo e eu esqueço e desisto de vez de entender.
e entendo.

20 agosto 2011

PS:grafia

a menina escrevia cartas
mas o conteúdo não saía de sua imaginação
a menina só emprestava a mão
e parte do coração
ouvia o som quente
do pedido esquecido
sentia o olhar firme
do desejo repartido

eram cartas de amor
de dor, de perdão
umas sem destinatário
outras sem remetente
dessas cartas que
comovem a gente
de fazer perder o chão
e consolar o peito

uns dizem que não acreditam
outros fingem não saber
mas no fundo
todo mundo 
sempre sonha
em receber.

PS:acredito em você
( )