Eu, Bruxa.
Que dispensa a justificativa
de “boa”.
Sim Bruxa.
Que se ainda precisasse dessa
continuação, possivelmente se influenciaria pela história imposta em seu
“aprendizado” com a divisão entre fadas e bruxas.
Que lembra que Bruxas foram
as mulheres e não menos homens, que abriram a capacidade de conviverem com sua
escuta interior em harmonia com a natureza. E que assim e Ainda assim tinham a
capacidade de compartilhar e propagar as oferendas divinas da terra para curar
os seus próximos.
Portanto...Todos somos Bruxos!
Sempre temos uma afinidade,
mesmo que pouco explorada, encubada, entubada ou reprimida, de lidar com a
natureza. Sempre nos percebemos adoradores do Sol, da Lua, do Ar, das Águas, do
Fogo, das Pedras, das Plantas e não por menos, dos Alimentos. Sempre
encontramos uma forma de nos conectar, mesmo que com pouca frequência (em casos,
bem menos do que devíamos) com qualquer manifestação natural...ou simplesmente
com nosso interior. Que no final do todo...dá no mesmo.
É...somos unidade. Uma coisa
só. Uma só fonte que se desloca em passos diferentes com a sensação de
movimento contrário e cada passo dado corresponde a cada passo compartilhado.
Hoje, já então Bruxa, sigo a
compartilhar passos entendendo cada particularidade de um todo dentro de uma
infinidade de comuns em comunhão de tempo e espaço. Mesmo que saiba também que
tempo e espaço já não importam tanto mais.
Presente.
Compartilho meus passos
presentes com a espera de agregar cada vez mais realidades do hoje em estados
de agora.
Eu, Bruxa.
Sem precisar mais justificar
o bem e o mal. Semeando em cada agora uma crença de realidade na dualidade em
que vivemos.
Desabrochando o dom
Florescendo a criação
Eu, Bruxa.
Não me importando mais com os
caminhos que trilharei daqui por presente
Resgatando minhas dores e
revivendo minhas maiores fortalezas na delicadeza de ser um Sou sem precisar
ver o que É.
Me revirando nua e aberta em
traços com contornos tortos arredondando minha busca pela noção do todo
Aceitando cada Lua nova,
saudando cada novo Sol, unindo sentidos a elementos e fundamentando minha Alma
no espirito que estou.
Eu, Ser.
Que aceita o céu que se abriu
em terra resgatando a bruxa que é criação do peito aberto que reflete Arte.
Eu, atriz, artista, intérprete
de vozes de unidade desengasgo minha vocação para expressar o que sou.
AmoR.
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