04 outubro 2010

sem título

tocou a campainha como não era de costume
entrou como um furacão
forte, firme, surdo
juntou todo pouco que tinha
esvaziou todo muito que restava
firme, forte, mudo
apontou meus erros
cuspiu meus enganos
abandonou meus planos
cego, firme, forte
as gavetas foram preenchidas de um vazio incomum
a felicidade ficou suspensa
a b a f a d a
paredes tortas
coloridos opacos
máscaras tristes
m u d a s
a porta fechou
a luz apagou
a maria murchou
a violeta chorou. ( )

4 comentários:

Rosana Seager disse...

não chore, violeta! a não ser quando for regada com água pura e translúcida!

Lidiany Schuede disse...

A vida é bonita depois de sofrimentos. Amei a poesia!

Unknown disse...

Que linda Violeta! Flor, sempre criativa, cheia de inspiração...Enfim, eu A-D-O-R-E-I

Michelle Oliveira disse...

Você (d)escreve a vida tão bem!