21 maio 2010

Conto Real











Ela achava que não devia
que se arrependeria
que sorria com os dias contados
Sua mãe sempre alertava
indagava
subestimava sua capacidade de sentir
jogava o seu balde de pedras quentes em sua pele fria
petrificada pela vivência
do corpo aquecido pela ausência solidificada
Ela devia desistir?
sair
sumir
jogar fora o sorriso e dar lugar à imprecisão
precisa
Ela precisava esquecer?
sofrer
adormecer
não se deixar envolver
almejar acordar no conto de fadas que nunca desejou
Cansou de desejar
esperar
vibrar
"Os príncipes não existem mais", sua mãe dizia
e as princesas desistiram de dever...
se tornaram bruxas desacreditadas dos sapos encantados
se contentam com desencantos
se alimentam de chocolate
amargo
cortam seus cabelos para trançar a desunião
se esquecem de dormir à meia noite
de calçar sapatos de vidro
de cantar para encantar o mar
se perdem de si mesmas no meio da floresta
se alimentam de frutas vermelhas envenenadas pelo excesso de querer
desistem de acordar
sonhar
desencantar o descontentamento
Ela iria ouvir?
acatar
executar
profetizar os conselhos desajustados
de uma mãe ausente de encanto
Ela não acreditava em príncipes
nem fadas
nem princesas
nem sapos
nem castelos de vidro..
Acreditava no Conto
no seu conto
Real
e se encantava com sorrisos
de pessoas presentes
bobas, sorridentes, encantadas. ( )

5 comentários:

Alonso Zerbinato disse...

Que sapo estiloso!

A. Le Savoldi�� disse...

Que linda... vamos acordar as princesas!

=)
ah, como seria bom... que o conto real fosse realmente de fadas!

Sethico disse...

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

A menina dos olhos de Deus disse...

"Os príncipes não existem mais", sua mãe dizia
e as princesas desistiram de dever...
se tornaram bruxas desacreditadas dos sapos encantados...''
#FATOO

Ameeei seu bloog viiu florzoooca *--*
BEIJOOS'

ian capillé disse...

Adorei a mandala como desenho do blog!
maneiríssimo!